Entre códigos e consciência – a inteligência artificial na prática médica

Autores

  • Marcos Roberto de Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora

Palavras-chave:

Inteligência artificial, Educação médica, Prática médica

Resumo

Há quem imagine um futuro em que máquinas, dotadas de inteligência artificial, substituam completamente os médicos. Afinal, se os algoritmos podem diagnosticar doenças com precisão, sugerir tratamentos baseados em milhões de casos e até mesmo prever complicações, por que ainda precisaríamos da figura humana por trás do jaleco? A resposta é simples, mas profunda: medicina não é apenas ciência — é encontro, é escuta, é humanidade.
A IA pode processar dados, cruzar informações e identificar padrões com uma velocidade que nos espanta.

No entanto, ela não segura a mão de um paciente assustado, não percebe o tremor
na voz de quem esconde um medo, não chora com quem recebe um diagnóstico difícil. O médico lida não só com doenças, mas com pessoas — e pessoas são feitas de histórias, não apenas de sintomas.
Um robô pode indicar o tratamento mais eficaz, mas não consegue ponderar sobre os valores, as crenças e as condições reais de vida daquele ser humano à sua frente. A arte médica exige discernimento, algo que vai além da lógica binária dos computadores.
Além disso, a medicina é uma relação de confiança. Quando um paciente abre seu corpo e sua alma a um profissional, ele não está buscando apenas um reparo técnico, mas acolhimento. Nenhum algoritmo, por mais sofisticado que seja, substitui o olhar compassivo de quem entende que curar, muitas vezes, significa cuidar — e não apenas consertar. A IA será uma ferramenta poderosa, sim. Ela nos auxiliará no diagnóstico, otimizará nossos processos e nos liberará para o que realmente importa: o contato humano, a decisão ponderada, a arte do cuidado. Mas jamais substituirá a essência do médico. Portanto, que as máquinas nos ajudem, mas que nunca nos esqueçamos: medicina é, e sempre será, ofício de gente para gente.
De fato, as IA’s estão conquistando cada vez mais territórios diariamente. Contudo, não nos esqueçamos das preocupações pertinentes sobre seu uso na educação médica, implicações éticas e oportunidades no processo de aprendizagem para estudantes, metodologias de avaliação e pesquisa para professores. Nessa perspectiva, oferecemos insights e recomendações leituras de artigos científicos para embasar quem vai explorar este novo ambiente.

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Publicado

05-09-2025

Como Citar

de Carvalho, M. R. (2025). Entre códigos e consciência – a inteligência artificial na prática médica. Revista De Ciências Da Saúde Básica E Aplicada, 8(1), 84–85. Recuperado de https://revistacientifica.funjob.edu.br/index.php/rcsba/article/view/40